Bonecas reborn, redes sociais e pânico moral: o que explica a agressão a um bebê em BH?

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Homem agride bebê ao confundi-lo com boneca reborn em Belo Horizonte

Caso chocante reacende debate sobre uso e regulamentação das bonecas hiper-realistas no Brasil. Confira:

Bebê é agredido em Belo Horizonte; homem achou que era uma boneca.

Belo Horizonte (MG) — Um homem de 36 anos foi preso em flagrante na noite de 5 de junho de 2025, após agredir um bebê de quatro meses com um tapa na cabeça, em plena praça da Savassi, região central da capital mineira. O motivo alegado: ele acreditava que a criança era uma boneca reborn — bonecos hiper-realistas que se assemelham a bebês reais.

Segundo relatos de testemunhas, o homem se irritou ao ver os pais com o bebê em um food truck e passou a acusá-los de estarem “furando fila” com o que ele achava ser apenas uma boneca. Em seguida, desferiu um tapa na cabeça do bebê, causando inchaço na região próxima à orelha. A criança foi socorrida rapidamente e levada ao Hospital João XXIII, onde recebeu atendimento e, felizmente, não corre risco de vida.

O agressor foi contido por populares até a chegada da Polícia Militar e foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), já que apresentava ferimentos leves após ser imobilizado. Ele foi autuado por lesão corporal leve e, em audiência de custódia realizada dias depois, obteve liberdade provisória mediante o pagamento de fiança de R$ 4.554 (três salários mínimos). Como parte das medidas cautelares, deverá comparecer mensalmente ao fórum e passará por acompanhamento no Ceapa (Central de Alternativas Penais) por três meses.

O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e na mídia, sendo apontado como reflexo de uma crescente onda de desinformação e histeria em torno das bonecas reborn. Em entrevista à polícia, o agressor afirmou ter ingerido bebida alcoólica, mas insistiu que acreditava “com toda certeza” que o bebê era uma boneca.

O episódio reacendeu discussões sobre a popularização dos bonecos reborn e seu uso em vídeos virais nas redes sociais, onde pessoas os tratam como bebês reais, gerando tanto curiosidade quanto desconfiança pública. Algumas cidades brasileiras, inclusive, já propuseram projetos de lei para restringir o uso desses bonecos em espaços públicos, citando “riscos de confusão e perturbação da ordem”.

Especialistas em saúde mental e arte, no entanto, alertam para o risco de criminalizar ou estigmatizar o uso das reborn, que muitas vezes são utilizadas para fins terapêuticos, especialmente por mães que sofreram perdas gestacionais ou enfrentam quadros de depressão.

Enquanto o bebê se recupera e o agressor responde em liberdade, o caso se torna mais um ponto de tensão em um debate nacional sobre os limites entre arte, terapia, redes sociais e responsabilidade coletiva.

Saiba mais em: http://cidadejanews.com.br

 

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