A 17ª Cúpula do BRICS teve início neste sábado (6) no Rio de Janeiro, reunindo chefes de Estado e representantes dos países que compõem o bloco — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — além de novos membros como Egito, Irã e Emirados Árabes Unidos. O evento, que acontece no Museu de Arte Moderna (MAM), marca a presidência rotativa do Brasil no grupo em 2025 e reforça a pauta do desenvolvimento inclusivo no Sul Global.

Um encontro híbrido
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recepcionou presencialmente diversos líderes, entre eles o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. A China foi representada por seu primeiro-ministro, Li Qiang, em substituição a Xi Jinping, que não participou pela primeira vez desde 2012. O presidente russo, Vladimir Putin, participou por videoconferência, evitando viagens internacionais devido ao mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional.
Reformas e cooperação
Entre os principais temas da cúpula estão a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI), a promoção de moedas nacionais nas transações comerciais e o fortalecimento da governança global com maior participação dos países em desenvolvimento.
Os ministros das finanças do grupo apresentaram uma proposta unificada para a reformulação do sistema de cotas do FMI, que atualmente favorece as economias do Norte Global. A medida visa aumentar o poder decisório das nações emergentes e combater o desequilíbrio histórico nas instituições multilaterais.
Fundo de Garantia BRICS
Durante o encontro, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do BRICS, anunciou a criação de um Fundo de Garantia para estimular investimentos em infraestrutura, sustentabilidade e projetos sociais nos países-membros. A iniciativa busca atrair capital privado, reduzindo a dependência de instituições ocidentais e promovendo o financiamento verde.
Comércio e desdolarização
Outra frente discutida foi a ampliação do uso de moedas nacionais nas transações entre os países do grupo. Apesar de ainda não haver consenso sobre uma moeda única, os líderes reforçaram a necessidade de reduzir a dependência do dólar, sobretudo diante de instabilidades políticas nos Estados Unidos e de novas barreiras comerciais globais.
Regulação de IA e meio ambiente
O Brasil também liderou discussões sobre a criação de diretrizes comuns para o uso ético da inteligência artificial, com foco na redução das desigualdades e proteção de dados. O tema ambiental também esteve presente, com propostas para a cooperação em florestas tropicais e mitigação das mudanças climáticas.
Um bloco em expansão
Com a recente ampliação do BRICS, que agora conta com 11 países, o bloco enfrenta o desafio de manter a coesão entre nações com perfis políticos e econômicos distintos. Ainda assim, a Cúpula de 2025 reforçou o compromisso com uma nova ordem global mais representativa e menos dependente das grandes potências ocidentais.
Declaração final
Ao fim da cúpula, os líderes assinaram três documentos conjuntos. As declarações abordam a necessidade de reforma das instituições internacionais, o financiamento sustentável e a manutenção da paz mundial, com linguagem cautelosa sobre conflitos como a guerra na Ucrânia e a crise no Oriente Médio.
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