O mundo da música brasileira está de luto. Arlindo Domingos da Cruz Filho, conhecido como Arlindo Cruz, faleceu em 8 de agosto de 2025, aos 66 anos, no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, vítima de falência múltipla de órgãos, agravada por complicações de saúde prolongadas após um AVC hemorrágico em 2017 e uma pneumonia resistente a tratamentos recentes.

Trajetória e legado
Nascido em 14 de setembro de 1958, na Zona Norte do Rio, Arlindo iniciou sua carreira no início dos anos 1980 nas famosas rodas de samba do Cacique de Ramos, ao lado de grandes nomes como Jorge Aragão, Beto Sem Braço e Almir Guineto . Destaque do grupo Fundo de Quintal até 1993, seguiu em carreira solo e firmou parcerias importantes com o músico Sombrinha, com quem lançou cinco álbuns entre 1996 e 2002 .
Autor de clássicos como Meu Lugar, O Show Tem Que Continuar e Ainda é Tempo Para Ser Feliz, teve suas composições gravadas por nomes como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Xande de Pilares . Premiado múltiplas vezes, foi indicado ao Grammy Latino e conquistou o Prêmio da Música Brasileira, além de vencer diversos concursos de samba-enredo .
Últimos anos e despedida
Em março de 2017, Arlindo sofreu um AVC hemorrágico que o afastou dos palcos e comprometeu seus movimentos e fala . Internado várias vezes por pneumonia — foram mais de 30 episódios nos últimos anos —, teve sua última internação em abril de 2025, quando voltou ao hospital para tratar uma infecção resistente .
O velório ocorreu no formato tradicional de “gurufim” — uma celebração com música, batuques e homenagens — na quadra da Império Serrano, sua escola de samba do coração, repleta de fãs, familiares e personalidades do samba . Depois, o cortejo seguiu até o Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, onde foi sepultado. A Prefeitura do Rio decretou luto oficial e anunciou que o futuro Parque Piedade será renomeado para Parque Piedade Arlindo Cruz .
Homenagens e legado
Em nota, a família homenageou o artista como “poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria” cuja música e sorriso serão eternizados nos corações de milhões . O sambista e parceiro Sombrinha expressou seu pesar nas redes sociais: “Hoje… o samba entardeceu triste. Perdi meu compadre. Meu parceiro. Meu irmão” .
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Arlindo Cruz deixa um legado imenso — suas canções, sambas-enredo e sua presença calorosa seguirão inspirando novas gerações de sambistas.
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